Por: Carlos Diego, 20/10/2021
Nasci em 1982 e vou contar pra vocês só depois dos anos 2000. Farei um apanhado de certezas emocionais autobiográficas que quero compartilhar, então não seguirei uma ordem específica.
Marcante foi voltar para São Paulo, cidade em que nasci e morar no CRUSP, lá vivi por uns 8 anos o começo do século. Cursava a graduação em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e me envolvi muito nas 3 Ciências e abordagens: Antropologia, Sociologia e Ciências Políticas, assim como a possibilidade de cumprir semestres em muitas unidades como: Geologia, Arqueologia e Etnologia, Comunicação e Artes, Geografia, Direito, Educação, Econometrias e por ai vai.
O mais legal de viver nesta bolha 100% é que os dias realmente tem 24h úteis. Estava quando surgiu o EPARREH, a rádio livre da USP, o cursinho do CRUSP, o GNUSP e quando rolou a Gestão X da AMORCRUSP e muitos festivais memoráveis. Dormi muito na praça do relógio e muitas semanas na reitoria. Na USP, a necessidade encontrou oportunidade e aprendi sobre a permacultura e o mundo dos códigos livres, principalmente com um amigo sem documentos com sotaque moçambicano.
Vivenciei muitas conversas e experiências em Sustentabilidade, Movimentos Sociais, Aprendizagens e Tecnologias, através de muitas formas de consciência. Trabalhei no CEDEC e na monitoria de informática da facul. Trabalhei na Sec de Assistência Social da Prefeitura, locado em Santana e em Taipas, pesquisando o que se chamava Banorgas. . Depois, fui feliz por 3 anos no Colégio Invenções, como Educador Ambiental para menores de 9 anos de idade. Com esta turminha eu aprendi, talvez, a adorar a sinceridade da energia nas integrações entre seres, pessoas e idéias e seus recursos e sistemas. Desde então, viajo muitos Km´s por causa disso.
Curto muito uma roça com águas em terras originárias, conheço bastante das terras urbanas de águas ausentes. No dilema da sobrevivência entendemos no iMaque que a internet poderia ser uma ampliação de nossa vivência profunda com a Natureza e pudemos viver mundos integrados de políticas socioambientais interativas, partidárias ou livres.
Foram múltiplas as conexões e vínculos com pessoas e seres neste planeta, a hiperconectividade amassa o mundo, como diz a Escola de Redes das organizações prósperas.
Sou focado no tripé Natureza + Tecnologias + Pessoas
Eu chamo esse foco de BioTechnoSwarm, em grupo é a PermaTecnoYoga 😉
À tanta gente eu devo graças! Com certeza são sínteses de experiências e aprendizagens autodirigidas em fluxos coletivos, muitas vezes impulsionados desde o CJ Caipira, REPEA e a REJUMA, boas vivências no ECOAR e em trabalhos institucionais para Governos Federais.
De novo na universidade para um MBA em Governança em TI e Sustentabilidade no LASSU, na Politécnica, vivi momentos de choques e conflitos muito criativos cujo nome foi dado de BioTechnoSwarm. O nome, na verdade, aconteceu em mergulhos de um dia raro, já que não tinha ninguém no Cachadaço na vila de Trindade, Paraty/SP. Terra, águas, peixes, aves, humanes, mata, mar e gadgets… foi natural.
Época boa de acampar em muitas praias com práticas permaculturais, prototipadas na Aldeia da Paz em Fóruns Sociais Mundiais. Convivi a parentada do EntreMundos, biorregionalizamos o cerrado, fiz amigos com o Mambo e com o Joomla, vi as AgroTecnoEcologias, ajudei a instalar GESAC em quilombo, as multidões (e a mineração) na América Latina e na China, ecosurfei na Escuna Hacker, vivi uma turma incrível em uma caverna em Paraty e, enredado em muito capim limão, sambei no Rio de Janeiro da Rio +20.
Acredito que estes anos dedicados à atender uma necessidade pessoal de conhecer empaticamente variadas visões do mundo foram providenciais para a sociobiodiversidade nos trabalhos que me dedico ultimamente.
Avançando um pouco mais, o mato fica mais alto
Caminhos tecnoxamânicos de um Busão Hacker me guiaram ao PROFÁGUA, o Mestrado Profissional em Gestão e Regularização de Recursos Hídricos, na Diretoria de Engenharia Civil da UNESP de Ilha Solteira, uma iniciativa apoiada pela CAPES e Agência Nacional de Águas, a ANA.
Meu tema de estudos e pesquisa trata das organizações associativas e da resiliência hídrica, cocriando um framework biocêntrico de experiências cibernéticas. Talvez viveremos para averiguar nossos esforços por uma Ética na Inteligência Artificial e cocriar alguma PachaScience. É isso, também, o que me motiva no ativismo pelos Direitos da Natureza na rede de experts Harmony with Nature.
Em 2005 eu me aproximei e agora estou Diretor na Caminho das Águas. Ela me acolhe no exercício democrático e me protege quando é preciso defender Direitos perante à crimes, genocídios e ecocídios. Com ela vivo momentos incríveis, penso que o mais legal de tudo aconteceu em torno da cupópia.
Tivemos muitas outras vivências em quilombos e comunidades indígenas, assentamentos agroecológicos, em escolas e vilas da capital, acordos maneiros com movimentos sociais, senadores e deputados na Argentina, Peru e Bolívia, mas também já fui algemado pés e mãos por causa de uma limpeza em uma cachoeira de Jundiaí, dia no qual senti algo que para mim faz muito sentido chamar de ahimsa.
Dela também fluem minhas principais responsabilidades por uma dedicada Agenda das Águas, pela curadoria na Baia Hacker Space e de manter ativo o kernel da Porto Rural, que busca um caminho sem barreiras para a natureza e as pessoas numa opressão sistêmica que acontece há mais de um século na colônia canavieira da Fazenda Capoava.
Gostaria que você conhecesse os Mitotes Ar Vivo. Os de Ilhabela se foram, mas acontecem agora nas montanhas de Traslasierra-ARG e na casinha da Capô. Talvez em uma realidade mais pungente, é bom você saber mais sobre o trabalhão que dão os crimes da Vale na Serra do Gandarela e em Brumadinho-MG, ou na Foz do Rio Doce em Regência-ES.
Haveriam também visões compiladas em mídia livre na plataforma ÁguasML, incluindo pads, chats e wikis só pra gente usar, com rara liberdade. Pode também, se quiser lotar seu HD no caso de uma pane global da INternet, baixar milhares de arquivos que coletamos durante os trabalhos e redistribuímos na Bibiloteca da PermaTecnoYoga, organizadinhos desde 2006.
A produção economicamente falando
As ações cocriadas e conectadas de inversões econômicas estão dedicadas ao Banco Social CAPIN, além das atividades de consultoria ou produtivas que me pagam contas, nas empresas Cria Corpo e Usimetal Salto.
Recentemente nasceram o escritório da resiliência cultural AGAG e a sinfonia PACHA.MEN, que vai da lojinha rural na internet, passando pela mídia impressa e vibrando via webrádio.
Há, em processo de envolvimento, a quebra constante de paradigmas e as reflexões semeadas com um jornalista mais inclusivo. E amadurecendo em Saúde, envolvo-me para novos desafios na compassiva medicina cannábica brasileira da AMA+ME.
O restante é tudo conversa 🙂